Este livro tem uma grande pretensão: a de instigar o leitor a descobrir-se um agente revolucionário, um transformador do mundo. Iniciando a narrativa com casos reais acontecidos em escolas brasileiras e testemunhados seja pela própria autora, seja por seus alunos de graduação em Pedagogia e Licenciaturas, o livro convida seus leitores a um profundo engajamento em um processo reflexivo-ativo por meio do que é denominada uma perspectiva omnilética de compreensão e ação sobre a realidade. Pensar e agir omnileticamente é incorporar, simultaneamente, as noções de dialética, de complexidade e as dimensões de culturas, políticas e práticas a um só tempo em cada refletir-agir. Neste processo, o leitor descobre-se tanto autor quanto transformador das realidades ali narradas, pois que, ao compreender os processos de inclusão/exclusão como omniléticos, identifica-se como parte de um complexo todo que é, simultaneamente, inclusivo e excludente, ao mesmo tempo em que descobre-se como um outro todo à parte do quadro mais amplo, como um si-mesmo (ou suficientemente autônomo para descobrir-se capaz de transformar esta mesma realidade que vem alimentando como parte e, por vezes, vítima). É um livro, enfim, que faz com que o leitor experimente um processo de redescoberta de si mesmo como ator social. Neste processo, a autora nutre a esperança de provocar no leitor reflexões que, mesmo dolorosas, lhes sejam emancipatórias, pois o leitor descobre-se tanto vítima quanto algoz dos próprios mecanismos de exclusão, conferindo, a quem omnileticamente se descobre como revolucionário, o poder de combater aquilo mesmo de que é vítima ou que (in)voluntariamente promove: as exclusões.