Carmen da Silva foi uma mulher singular. Nasceu em Rio Grande (RS), mas ainda jovem foi sozinha para Montevidéu e depois para Buenos Aires. De volta ao Brasil, instalou-se no Rio de Janeiro e iniciou uma brilhante trajetória com a coluna mensal "A arte de ser mulher", na revista Claudia, que manteve de 1963 a 1985. Enfrentou com coragem os preconceitos de seu tempo e foi pioneira da batalha, ainda atual, contra a perversa herança do sistema patriarcal. Uma inteligência humanista que não admitia hipocrisias marcou a vida da mulher e também a sua atuação como escritora, jornalista e conferencista em defesa do direito primordial de ser mulher como protagonista de seu destino. Diz Carmen: "O que lhes proponho, em verdade, é radicalmente oposto às tradições em que foram educadas, aos preconceitos vigentes, à mitologia criada em torno do chamado 'eterno feminino', concebido em termos um tanto rococós de puerilidade, fragilidade, artifício e submissão. (...).