Produzir multidões naquilo que se chama de praça leva à construção de praças-multidões, ao abrir uma quantidade enorme de invenções que aumentam a chance de produzir encontros existenciais, nos quais a presença do outro, muito diferente, permite experimentar certas vivências ricas e deslocadoras do meu lugar paranoico, que só via ameaça no que é distinto de mim. Mas, sem dúvida, o mais interessante nesse processo todo é uns poderem viver outras vidas que não aquelas a que estavam condenados; em particular, os loucos institucionalizados, que são obrigados, nos manicômios, a serem e viverem a sua loucura 24 horas por dia, e nem uma existência, em si, a mais.