Os búzios estão lançados. O Peji está coberto com a toalha de linho branco. O babalawô vai jogar os búzios. Invoca Ifá e Oxun e pede a Exu que seja o intermediário das mensagens. A arte de jogar e interpretar búzios, na qual os africanos são grandes conhecedores há muitos séculos, é delicada e tem segredos que SÓ alguns poucos iniciados são capazes de aprender. Segredos que revelam quem são os amigos e os inimigos, que dias são bons, quais são os maus. Que revelam sobre os amores, o trabalho e vida e a morte. A arte de adivinhação já era praticada no antigo Egito, na índia milenar, na Grécia, terra de oráculos e pitonisas, no Sinai, sendo proibida por Moisés, além de muitas outras terras que foram berço de nossa civilização. Os árabes sabiam ler o destino nas areias, os chineses na folha de chá, povos nómades, como os ciganos, nos legaram a quiromancia, ou leitura das mãos. Um dos métodos que mais tem chamado a atenção pública, nos últimos tempos, principalmente aqui no Brasil, é certamente o Jogo de Búzios, nosso legado dos africanos. Com o vertiginoso crescimento dos Cultos Afro-Brasileiros em nosso País, aumenta, dia a dia, a curiosidade em tomo desse jogo. Se, em algum lugar, se sabe que um Pai-de-Santo ou uma Mãe-de-Santo joga búzios, logo surge um grande número de interessados, ávidos não apenas de conhecer o futuro, como também 'o seu Orixá protetor, que outros guias espirituais os acompanham, o que devem fazer para melhorar sua sorte, para se proteger, etc.Efetivamente, o Jogo de Búzios é uma das mais completas maneiras de se saber não só o Odu (destino) de cada um, como também diversas particularidades da vida, desde os maiores problemas existenciais, até assuntos de menor importância e pequenos detalhes que compõem o dia-a-dia de milhares de consulentes. É impossível precisar quando nasceu o Jogo de Búzios na África.