Nosso livro, construído ainda em Barcelona, intui muito do que a sociedade do (des)controle anuncia ser. Não temos as respostas: temos as dúvidas. A cultura ocidental é, aliás, a cultura da dúvida, e é por perguntarmos que pudemos avançar tanto. Tanto que, às vezes, damos aparentes passos para trás. Aparentes, sim; enquanto nos lembrarmos de que sabemos da liberdade, da política, do carinho e dos abraços, a ausência deles é uma loucura de que vamos duvidar e contra a qual vamos lutar, sempre. Não devemos temer nem uma nem outra: nem a loucura da esperança na história (e na razão) nem a luta que ela nos instiga. Projetamos o presente livro como o necessário exercício dos dias atuais de diagnosticar realista e rigorosamente as sociedades de controle (cujo estágio superior pode ser a ameaçadora ‘sociedade do confinamento’); para assim recompor eficientemente uma ampla aliança das forças sociais progressistas e preparar uma potente estratégia de resposta. Ora como acontece em [...]