Cinquenta anos depois da revolução coperniciana causada na Igreja pela Declaração Nostra Aetate é mister reconhecer que o parágrafo n. 4 deste documento relativo à Religião judaica constitui, do ponto de vista da recepção eclesial, um dos documentos mais lido, discutido e reconhecido pelos teólogos na Igreja. Poder-se-ia indagar aqui sobre as causas desta grande recepção e ao mesmo tempo se perguntar por que Nostra Aetate tem ainda dificuldades para atravessar e marcar o tecido eclesial do sensus fidelium que fundamenta e protege a Igreja como Povo de Deus. Na declaração Nostra Aetate n. 4, os bispos conciliares reconhecem e afirmam o grande patrimônio espiritual comum aos Cristãos e Judeus que são as Escrituras, lidas e interpretadas àluz da Tradição de Israel e da Igreja.