Há cinqüenta anos, as produções de ópera, teatro e cinema de Peter Brook têm deixado as platéias fascinadas. Sua direção visionária criou algumas das mais influentes produções do teatro contemporâneo. Agora, no auge de sua carreira, Brook dá-nos as suas tão aguardadas memórias, uma obra luminosa e inspiradora na qual ele reflete sobre os seus sucessos e fracassos artísticos, seus ídolos e professores, seu caminho filosófico e sua jornada pessoal. Em cenas curtas, graciosas e vívidas, Fios do Tempo narra a evolução de uma extraordinária inteligência artística. Vemos o jovem Brook - durante a sua primeira produção - espionando John Gielgud em um teatro da vizinhança para ver em que lugar o diretor deveria colocar-se. Vemos um impetuoso e jovem diretor tornar-se compassivo por um instante ao saber que um jovem assistente de iluminação está perdendo suas deixas por estar atônito pela música, e observamos Brook aprendendo que a tarefa mais importante de um diretor é ajudar um ator a encontrar a fonte de um personagem dentro de si mesmo. Nessa autobiografia, o homem que o New York Times nomeou de a lenda viva do teatro revela a miríade de fontes existentes por trás de sua perpétua paixão por encontrar o modo mais expressivo de contar-se uma história. Seja no épico indiano Mahabharata, ou na adaptação teatral de O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu, de Oliver Sacks, seja no sul-africano Woza Albert, ou em O Jardim das Cerejeiras, a combinação única de Brook entre prática e visão cria experiências inesquecíveis para as platéias de todo o mundo.