A psicopatologia da vida cotidiana, um dos livros mais traduzidos e reeditados de Freud, escrito para apresentar a psicanálise ao público não especializado, ganha uma instigante análise de Silvia Alexim. A psicanalista relaciona as ideias deste texto com outra obra fundamental: A interpretação dos sonhos. Ela explora a postulação freudiana de um psiquismo dividido, no qual sonhos e manifestações da vida desperta podem ser compreendidos em continuidade.A autora mostra como a partir da elaboração da hipótese do inconsciente, Freud se afasta da perspectiva médica e da psicologia da consciência, marcada pelo racionalismo. Dessa forma, a subjetividade passa a ser compreendida pela psicanálise, cada vez mais, como uma “obra aberta” sujeita a múltiplas influências e reconfigurações.