Na Europa renascentista do século XVI, o hispano-português Michel Servet, além de médico e teólogo, era um cristão fervoroso. Rejeitava a Santíssima Trindade, crendo em Deus como uma só entidade, motivo pelo qual era chamado - como outros - de "unitário". Por tal convicção, foi preso pela Inquisição católica que, fatalmente, o levaria à fogueira. Porém, conseguiu escapar, refugiando-se na Suíça, onde reinava Calvino e seu protestantismo puritano, obscurantista e fanático, tão ou mais implacável que o catolicismo em sua perseguição aos "hereges". Bater de frente com dogmas religiosos numa época de caça às bruxas não era uma atitude sábia, como logo pôde atestar Servet. Em O unitário - A história de um médico perseguido pela Inquisição, Pedro Puech, um dos mais renomados cirurgiões vasculares do mundo, autor de todos os clássicos científicos do ramo, faz sua estreia na ficção, trazendo, com base em anos de estudo, a trajetória deste personagem fascinante numa novela histórica que segue as pegadas de O nome da rosa.