Nestas memórias da infância de Jorge Amado, acompanhamos a formação da sensibilidade e dos valores do futuro escritor, no mundo conturbado e violento da zona cacaueira baiana das primeiras décadas do século XX. Entre personagens que serviriam de inspNo sul da Bahia, o menino Jorge Amado testemunhou o nascimento de cidades, as guerras pela posse da terra, o florescimento de uma cultura e de uma mitologia. Nesse mundo rude conturbado, de muita vitalidade e quase sem lei, forjaram-se a sensibilidade e os valores do futuro escritor. Esse processo de formação - entre jagunços, coronéis, malandros e prostitutas que serviriam de modelo a muitas de suas criações literárias - o autor evoca aqui com as cores vivas e o humor caloroso a que estão habituados seus leitores. Jorge Amado também adquiriu nesses primeiros anos seu inquebrantável amor pela liberdade, sobretudo quando se viu privado dela, ao ser enviado a um internato jesuíta. Não por acaso, estas breves memórias se encerram com a fuga espetacular do internato.