A palavra casa sugere, inicialmente, algo concreto: uma construção cujos espaços servem para atender à necessidade de abrigo que se pressupõe ser de todos nós. Essa realidade física, sem dúvida inerente ao objeto casa, está, contudo, longe de esgotar a amplitude do conceito naquilo de abstrato, de subjetivo, e até mesmo de concreto que ele envolve. Além de abrigo físico, no que consiste a ideia de casa? Seria a expressada por uma criança que, num ambiente estranho, pede para ir para casa quando se sente insegura? O alívio de tirar os sapatos, vestir uma roupa confortável, depois de um dia de trabalho? O prazer de reunir objetos que identificam nossa visão de mundo? O objeto da saudade daqueles que tiveram que deixá-la por circunstâncias diversas? Para penetrar nesse universo, a autora entrevistou pessoas de diferentes realidades de vida e de profissão, e valeu-se de valiosos subsídios teóricos para definir e explicar as dimensões daquilo que aborda como o habitar doméstico.