'Gritos de Liberdade' é um romance histórico - um épico de amor, ódio e sobrevivência que se desenrola na época tumultuada da Guerra da Secessão e da Reconstrução. No centro do romance estão os ancestrais de James Lee Burke; Robert Perry, oriundo de uma família escravocrata, abastada e privilegiada, e Willie Burke, filho de imigrantes irlandeses, um menino pobre, mas também irreverente, corajoso e decente. Apesar de seus conflitos pessoais e políticos com as questões da época, ambos alistam-se no Exército Confederado, optando por enfrentar a provação da guerra, mas determinados a não desistir do compromisso que tem com suas crenças morais, com os amigos e com a abolicionista pela qual ambos estão apaixonados. Um dos personagens mais fascinantes da história e o catalisador de grande parte do drama, é Flower Jamison, uma bela e jovem escrava amiga de Willie, amizade essa que representa grande risco para ele. Seu proprietário - e pai, embora ele não confesse - é Ira Jamison. Proprietário de Angola Plantation, Ira Jamison é um verdadeiro representante do Velho Sul e também um empresário impiedoso que, após a guerra, retorna à fazenda e a reanima, transformando-a em colônia penal com prisioneiros, cuja mão-de-obra ele aluga para substituir a dos escravos libertados. Contra todas as leis e costumes locais, Willie ensina Flower a ler e a escrever. Além disso, ela recebe ajuda a proteção de Abigail Dowling, uma abolicionista de Massachus-setts que veio para o sul anos antes para ajudar a combater a febre amarela e acabou ficando, atraindo a atenção de Willie e Robert Perry. Além de serem marcados pelo perigo, esses casos de amor são comprometidos pelos eventos tristes e grandiosos da Guerra da Secessão e suas conseqüências. Como em todos os livros de Burke, Gritos de Liberdade é repleto de vilões envolventes, suntuosos, inesquecíveis. Alguns, como Clay Hatcher, representam a verdadeira escória da raça branca considerados os mais vis de todos, desprezados pela sociedade.