Continuo então com minha caminhada cambaleante e, ao dobrar outra esquina camuflada, aproveitando o inesperado ato de bondade do meu algoz, me deparo com Tralalá, magrinho-magrinho, usando o seu sempre limpo calção azul de educação física de listras laterais, levando na mão um pote vazio de margarina, passando de casa em casa para fechar todos os portões, grades e janelas, esfregando as pontas do indicador e do polegar junto ao nariz exibindo misterioso refinamento para a noiva invisível que o teria abandonado logo depois da primeira crise. Eu estava muito feliz por rever meu irmãozinho Tralalá caminhando pela rua daquele jeito dele, meio de lado, com molas gastas nos joelhos e articulações, balançando o corpo descoordenado como um automóvel com sérios problemas nos amortecedores.