NO TEMPO DO CORREIÃO EDUCATIVO! Contos que machucam? É verdade. Mas por que escrever coisas que machucam? Ou machucaram? Escrever é um impulso quase incontrolável. Muitas vezes uma catarse. O necessitado de escrever escreve como se passasse por uma terapia emocional e tentasse então se livrar de um incômodo. É claro que também se machuca no ato de escrever quando sente as ferroadas de certas emoções arquivadas na alma. Esses contos representam um período de transição: daquela filosofia de educar surrando as crianças, muitas vezes exagerada e cruel , para a tempo da lei que proíbe castigos físicos. A marcha da humanidade tem suas transições, suas travessias de um período mais bárbaro para um tempo espiritualmente mais humanizado. Do tempo das guerras de vencer o inimigo e torná-lo escravo, qualquer que fosse a raça, passamos para a escravidão dos negros. Depois vieram as leis dos Direitos Humanos para qualquer cidadão de qualquer parte do mundo. Pelo menos tais leis existem. Depois as leis dos direitos da criança e sua proteção. A pessoa não deveria levar traumas da sua infância e adolescência para o resto da vida. Estes contos são relatos realistas, testemunhos daquele tempo do Correião Educativo. Vi muitas crianças que cresceram revoltadas e não souberam retribuir amor aos pais, dos quais não tinham recebido senão marcas de agressões, que, se, apagaram no corpo, tornaram-se indeléveis na alma.