Nesta obra, Bruno do Prado Alexandre convida o leitor a enveredar pelas memórias escolares das travestis, desnudando uma realidade em que os meninos diferentes causam estranheza e, por isso, não encontram, no interior da escola, espaços e tempos que acolham seus corpos fora de lugar. Para essas crianças, o único reconhecimento é o rótulo de viadinho. Destas páginas, emerge a voz de uma infância relegada a um não lugar, apartada do direito à sala de aula, ao banheiro, exiladas do convívio nos intervalos e no recreio, da prática de esportes. Memórias carregadas de conflitos e dores, mas também de muita resistência e luta, em que aprenderam a escapar de abusos e agressões, a criar formas de driblar o preconceito. Emerge, também, a voz o grito! de um autor que não se cala diante dessa realidade, que se eleva em defesa da visibilidade social, do direito à vida e à dignidade. É com sensibilidade e ética que Bruno põe em discussão o papel da escola no enfrentamento dessas questões que [...]