Maurício Dias e Walter Riedweg desenvolvem seus projetos em colaboração com diferentes grupos sociais, apresentando-os em videoinstalações que contextualizam em forma de arte as suas subjetividades. Na arte contemporânea brasileira, grupos desprivilegiados já tinham feito sua aparição, como na pintura modernista da Semana de Arte de 1922 que, entretanto, observou a alteridade à distância e a idealizou em formas cubistas. Sob outra perspectiva, Dias & Riedweg aproximam a representação artística à experiência direta do encontro, em que o risco da inclusão e exclusão não está apenas presente, como também visível na própria abordagem. Assim, os artistas evidenciam que a subjetividade é algo presente em todos os contextos, independente das diferenças socioeconômicas - postura que evoluiu a partir de Hélio Oiticica que, no final dos anos 1960, conviveu com os habitantes do Morro da Mangueira e construiu obras inspiradas no cotidiano de suas vidas. A partir dos anos 1990, Dias & Riedweg, ao se beneficiarem das tecnologias do vídeo, possibilitam uma maior aproximação do público de arte a experiências com a alteridade, convidando os visitantes de suas exposições a refletir sobre os respectivos mecanismos de inclusão e exclusão que fundamentam a formação de nossa cultura.