Marc Bloch, em seu Métier d'historien, já afirmara: "Diz-se algumas vezes: 'a História é a ciência do passado'. É [no meu modo de ver] falar errado". Nesse sentido, é preciso rememorar nosso presente colonial, tão vivo em nossas práticas e representações, todavia, muitas vezes ainda vazio em nossa memória. Educando pela palavra: pedagogia da escravidão nos sermões de Antônio Vieira se dispõe justamente a executar esse movimento, deslocando-se, a partir de nossa realidade, para a América portuguesa seiscentista, fazendo, pois, dos engenhos baianos palco para a oratória dramatizada da forma de ser luso-brasileira expressa nos sermões desse jesuíta, considerado por muitos como o imperador da língua portuguesa.