É relativamente recente, no Ocidente, o interesse das instituições internacionais pelas artes africanas e de artistas descendentes da diáspora, o que tem permitido nas últimas décadas a realização de exposições, discursos da crítica de arte e pesquisas históricas. Com o pós-colonialismo e as mostras internacionais, observa-se o apetite despertado no mercado de arte, ávido por novidades, num momento em que os sintomas de crise e de necessidade de diálogo poderiam propiciar a renovação das artes no Ocidente. As instituições dos grandes centros cosmopolitas procuram difundir a importância das artes e as suas concepções na promoção de debates e de reflexões que colaborem para a criação de novas perspectivas para a arte contemporânea. Na atualidade, verifica-se ainda a formação de coleções de arte contemporânea, a aquisição de obras para os grandes museus em centros cosmopolitas europeus e americanos e na África, bem como a inserção da memória coletiva da diáspora sendo absorvida pelas políticas de patrimônio cultural e universal da Unesco. Outros locais de resistência à escravidão e à sua memória têm sido preservados com apoio da Unesco, como é o caso do cais do Valongo, no Rio de Janeiro, por onde passaram em torno de meio milhão de escravos, e o Quilombo do Palmares, na serra da Barriga, em Alagoas, que recebeu o apoio do Patrimônio Histórico do Mercosul. Observa-se nos textos aqui inseridos a diversidade de respostas que os artistas concedem, as singularidades de suas produções artísticas e de seus engajamentos políticos.