O ovo da serpente, obra de estreia da paranaense Doris de Miranda Coutinho, é uma viagem aos escaninhos da corrupção e suas causas. Nesse denso mosaico, embora de fácil leitura, a autora examina o atual contexto jurídico-político do ponto de vista do controle público, mostrando o efeito nefasto dos malfeitos para o Estado brasileiro. Condensando neste livro a sua longa experiência como Conselheira e Procuradora do Ministério Público de Contas, ela faz uma abordagem reflexiva acerca dos pontos mais sensíveis no âmbito da fiscalização dos gastos públicos. Nada mais atual e contemporâneo. Assim, em linguagem simples e acessível, Doris se debruça sobre as razões técnicas que levaram a corrupção a se alastrar pelo país, mas também aponta caminhos. O livro empunha, ainda, a bandeira da transparência e propõe uma coordenação de ações entre o Estado e a sociedade que permitam a criação de um novo paradigma de controle. E, por fim, divide com os leitores o sonho de se criar o controle do controle para extirpar dos Tribunais de Contas aqueles que compactuam com episódios de malversação dos recursos públicos e silenciam diante deles.