Passaram-se mais de dez anos desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco 92 ou Rio-92, considerada a mais importante reunião mundial do final do século XX. Para avaliar a evolução dos acordos e decisões que daí resultaram, vai se realizar em agosto e setembro de 2002, na cidade de Johannesburgo, África do Sul, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável. Não há dúvidas quanto a sua importância como momento de reflexão internacional sobre os avanços e entraves verificados na última década para a implementação das ações necessárias a tornar realidade o desenvolvimento sustentável, a palavra de ordem da Rio-92. No entanto, para que esta reflexão seja possível e eficaz, é imprescindível que os países membros da ONU façam seus balanços nacionais e colaborem ativamente com a avaliação mundial. Com o objetivo de fazer uma avaliação de como evoluíram as discussões e implementações dos resultados da Rio-92 no Brasil, o Instituto Socioambiental (ISA) e o Centro Internacional de Desenvolvimento Sustentável (CIDS) da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a editora Estação Liberdade e com patrocínio da Fundação Ford do Brasil, propuseram-se a organizar a presente publicação. Procurou-se reunir o maior número de informações atualizadas sobre questões ambientais relevantes para o País, além de analisar de que forma foram tratadas nos últimos anos, segundo as opiniões de mais de cinqüenta especialistas da Academia, setor empresarial, movimentos sociais e ONGs, em um amplo espectro que incluiu dos grandes empresários aos trabalhadores rurais. A partir desse trabalho coletivo foi construída esta publicação baseada nos consensos e dissensos desse grupo tão diverso de atores sociais.