O leitor transforma-se, quase sem perceber, em personagem, uma vez que torna-se impossível o não envolvimento com o enredo, rico em imagens que transcendem o real. O espaço é atemporal; as personagens, mosaicos que compõem a trama. Luta imortal, universal necessidade ancestral de sobrevivência. O único meio de resistir à nulidade, ao desaparecimento, à extinção, é contar a história de seu próprio povo, e isso, por si só, acaba se revelando em sua própria história. Um chamado mágico de intensas batalhas cotidianas, líricas, oníricas, risíveis e trágicas. Obra mágica, fluídica, em prosa poética, é instigante e enigmática. Ri-se da rigidez dos conceitos e constrói contornos com as ruínas das relações cotidianas em uma sociedade que sobrevive de aparências. Um verdadeiro confronte entre Ser e Ter.