Neste estudo sobre o jornalismo, o autor não defende uma tese, nem recolhe testemunhos de profissionais, mas propõe uma exploração das práticas jornalísticas. Propositalmente, fala de jornalismos, no plural, e utiliza os termos rede ou interdependência para dar conta de uma cartografia social em que se articulam as hierarquias próprias ao jornalismo e às empresas de comunicação, além das relações com as fontes, com os poderes sociais e com os públicos. Somente à custa de investigações sobre a história do jornalismo, a morfologia da profissão e as rotinas cotidianas do trabalho jornalístico é que pode tornar-se possível a abordagem de questões essenciais relativas aos poderes da profissão, seu papel político, seu futuro. Após uma genealogia da profissão e um relatório de inspeção, a análise se fixa sobre os jornalistas no trabalho, procurando decompor a rede das interdependências cotidianas, detendo-se no produto final de sua atividade: um escrito (textos, palavras, imagens). [...]