A Comercialização da Fé complementa A Igreja Traída do mesmo autor, publicado em 1968. Enfoca a inversão do sentido religioso ritual e devocional para a lógica da exploração econômica e comercial da fé em proveito pessoal dos fundadores e pregadores das religiões. Trata de assuntos, até então, intocáveis, como a lenda da criação de Adão e Eva; o pai biológico de Jesus; a veracidade ou não da crucificação de Jesus; a invenção e o surgimento do Cristianismo e suas semelhanças com as religiões pagãs; a verdadeira estória de N. S. Aparecida; a industrialização dos milagres para iludir e arrecadar doações dos fiéis; e a ocultação do que a Igreja Católica considera a grande heresia: o casamento de Jesus com Maria Madalena. Apresenta temas polêmicos: a prelazia Opus Dei; a reencarnação; a comunicação com os mortos e a bruxaria praticada pelo movimento carismático católico em nome do Espírito Santo. Todos os assuntos visam o tema central: a comercialização da fé, apontando as igrejas como verdadeiras empresas exploradoras do sagrado, indústrias de milagres e investidoras na religião. Relata os desvios doutrinários dos ensinamentos bíblicos praticados pelos pregadores, que em nome de Jesus fazem fortuna em proveito próprio explorando o povo simples, humilde e carente. Mostra a inconsequência dos pregadores, que se fantasiam de cantores, artistas, homens-shows e com seus dons pessoais nada sacrais transformam o culto e o ritual em festa profana bem ao gosto das multidões irracionais e emotivamente desviadas do conteúdo religioso.