No Brasil, os desastres relacionados aos fatores naturais, como as chuvas, vêm aumentando. Sob o prisma sociológico, a razão disso é que, nos meios urbano e rural, os processos de vulnerabilidade induzidos pela modernização conservadora são contínuos e crescentes. As estratégias de produção de riqueza perpetuam a desigualdade distributiva que se manifesta, dentre outras, na degradação da pessoa humana e na indiferença diante dos direitos de territorialização dos empobrecidos. Estes se tornam vítimas fáceis do impacto de fatores de ameaças naturais como vendavais, chuvas torrenciais e afins, além de serem objeto de interação insensível e descomprometida de órgãos de Defesa Civil país adentro. Águas que descem dos céus, que encharcam os morros, que avolumam os caudais dos rios, que irrompem de barragens destruídas. E afetam, sobretudo, os empobrecidos do país que não dispõem de um Estado eficiente para lhes dar guarida e proteção.