Puxe uma cadeira e sente. Melhor: vá para a cama, ajeite os travesseiros e recoste com toda calma. Elimine a pressa, os pensamentos velozes: não quero isso. Se tiver coragem, encomende um caixão, deite nele, entre velas e suspiros. Respire fundo. Não, não morra. Não ainda. Prevejo uma vida muito longa para você. Por que o caixão? Porque não quero pressa. Quero que você deixe até a morte de lado, ou dentro, ou com você. Quero seus olhos só para mim, minha é agora sua atenção, sua vida me pertence. Mas não utilize como parâmetros o meu longe-perto-longo-curto, porque meu tempo é outro. Corpos para um vitral é uma coletânea de contos que convida-o a enveredar pelo mundo das palavras, do significado, da compreensão.