Em meados da década de 1980, recém ingressando no Direito Ambiental, eu ouvia extasiada as histórias das lutas pela reintegração de posse de terras públicas invadidas por grileiros no Litoral paranaense. Histórias que iam muito além dos frios textos judiciais, contadas por profissionais dedicados, falando de empresas degradadoras do ambiente social e natural, de jagunços, da morte de fiscais ambientais e dos prejuízos causados aos pequenos posseiros duplamente impactados. Nunca mais parei de estudar e, sempre que pude, trabalhei na defesa do Complexo Estuarino Lagunar de Iguape – Cananéia – Guaraqueçaba – Paranaguá. Em 1986, tombamos a Serra do Mar no Paraná (em São Paulo, foi em 1985), Serra que desce abrupta, coberta da Mata Atlântica protetora dos rios que, ao chegar à Planície Litorânea, escorregam em meandros, abrindo-se nos leques estuarinos.