O livro de Ana Paula Silva possui dois grandes méritos: sua elaboração é fruto de um rigoroso e apaixonado trabalho de pesquisa, o qual, além de revisar os processos de institucionalização do campo do patrimônio cultural no Brasil, privilegiando as múltiplas dimensões sociais, históricas e políticas que estão na base das ações de inventário e registro do patrimônio imaterial, revela o protagonismo de Mário de Andrade e de sua Missão de Pesquisa Folclórica para o reconhecimento do popular como instância valorativa e representativa da cultura nacional. Ao fazer isso, a autora alcança, ainda, um segundo e relevante resultado investigativo: prestar homenagem à memória de Oneyda Alvarenga e ao trabalho por ela realizado na Discoteca Municipal de São Paulo, importante espaço de manutenção e conservação da memória audiovisual do estado e do país. [...]