Escritas do corpo na psicose é o resultado de uma investigação sobre a relação do sujeito com o corpo, em especial na clínica da psicose que, em decorrência do mecanismo da foraclusão que marca essa estrutura, não é regido por uma norma fálica, sendo problemática a construção da ficção de um corpo próprio. Examina-se a hipótese de que as práticas corporais na psicose são tentativas do sujeito de inscrever um corpo, correlativas às tentativas de estabilização. Para isso, percorre-se as concepções de corpo, bem como o funcionamento da estrutura da psicose na obra de Sigmund Freud e Jacques Lacan. As práticas corporais como tentativas de fazer marcas diferenciam-se quanto à sua complexidade, desde os cortes à criação artística, mas têm em comum a urgência de uma escrita pulsional, que não pára de não se escrever (LACAN, 1985/1972-1973, p.127). Verifica-se que o sinthoma é a forma princeps de suplência simbólica, que, por meio da arte, poderá dar um suporte simbólico ao corpo [...]