Com personagens que lembram o vizinho ou o amigo íntimo, em cenas que podem ter acontecido dentro de nossas casas, Flávia Braz faz da crônica um ofício literário, transformando em ótima ficção a realidade de um tempo por si só distópico. Um copo meio cheio e outro meio vazio se alternam nas histórias dos que desfrutaram do intervalo forçado para ler todos os clássicos, arrumar armários ou finalmente organizar os álbuns de fotografia, e de quem teve que se dividir (multiplicar?) com um olho no aspirador-robô e outro nos quadradinhos das incontáveis reuniões de trabalho, sempre com uma panela a postos para ser levada ao fogão ou à janela – de um jeito ou de outro, todos passaram pela anormalidade do novo normal.