Estamos no século 21 e a vida está acelerada. Quanto mais se trabalha, mais acelerada a vida fica. Perdemos tempo no caminho e na pressa de recuperá-lo, nos alienamos mais ainda daqueles detalhes que diferenciam cada uma de nossas experiências. Os detalhes são valorosos, porque a regra é da homogeneidade. A maioria trabalha, a maioria sofre, a maioria consome (se permitido), a maioria dorme (quando dá) e começa tudo de novo como esperado. Nessa história, vamos esquecendo que a vida em comum deve unir em consciência, mas os detalhes importam. Joaquim Bührer sabe que os detalhes importam. A pobre alma trabalhadora de que Bührer fala é o que resta em modo de sobrevivência, aquele pedacinho da essência humana que se tenta proteger de um sistema que cobra tudo e abocanha tudo se puder. Quem trabalha um dia morre, mas morrer trabalhando já é demais. O capitalismo já tira a vida, tirará também até a morte? Aqui nós, amantes da poesia, encontramos um dos muitos segredos que o poeta (...)