No Exílio, publicado pela primeira vez em 1948, conta a trajetória de Lizza e sua família. Na fuga, sob a condição judaica posta a serviço da inconfiável tutela do risco, ela junta-se a seu povo e passa por uma Europa ameaçada por fantasmas reais: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Chegando bem mais tarde ao Brasil, a Maceió, e instalando-se em Recife (como se deu com a família de Elisa, na realidade), o humanismo necessário deixa seu recado numa ficção de primeira linha, que, embora trabalhe com fatos passados, não é datada. “Aquele que destrói uma vida é como se tivesse destruído o mundo. E aquele que salva uma vida é como se tivesse salvado o mundo.” Nesse sentido, Elisa Lispector não se distingue de Clarice Lispector. O indivíduo – seja qual for sua trajetória, íntima ou coroada de ação – é, afinal, a garantia de que o mundo continua a ter sentido.