Cristãos que se beijam e o Crepúsculo dos Deuses mostra como o Cristianismo se expandiu depois da chegada do Cristo (Messias). E que o beijo era uma das características mais comuns na Cristandade nascente. Analisa como a interação dessa doutrina, de raízes judaicas, com a cultura grega, a romana, os povos bárbaros e o Islã clássico levou à formação da Civilização Ocidental. Desde quando a “Obscura Notícia” foi difundida, anunciando o Messias, o Império foi abalado. Assim, o Cristianismo se universalizou e conquistou a liberdade de culto, através de Constantino, o Grande. Ao mesmo tempo, afirmava-se a tendência ao Crepúsculo dos Deuses (gregos e romanos), que, na dimensão da cultura, induzia os líderes não cristãos a dizer que a nova religião havia levado os deuses a se desinteressarem pelo destino da Sociedade. No entanto, a vantagem de uma crença cujo Reino não era deste mundo foi não ter como objetivo a garantia de um Estado ou Cultura, como tinham feito as religiões do paganismo. E estar, na verdade, na posição de reconciliar um com o outro. Para isso, os apóstolos, em especial Paulo, criaram igrejas e fizeram milagres. Nesse contexto, há uma discussão sobre o início da tradição: os primeiros cristãos, homens e mulheres, tinham o hábito de se beijar na boca durante o culto. O beijo era uma forma de expressar o amor entre os cristãos, e de comunhão no Espírito Santo, que ligava uma pessoa à outra e, em última análise, produzia um corpo social unificado. A essência do livro, portanto, está na simultaneidade de um “Mundo que nasce” (o Cristianismo, universalizando-se) e um “Mundo que morre” (o Império Romano, que tendia, na altura de 380 d.C., a declinar).