O triângulo amoroso, tema clássico da literatura universal, é revisitado em Aquele mês de Abril sob ótica inusitada. Embora ambientada nos dias atuais, em São Paulo, a trama é alinhavada por 5 telas do pintor José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), ícone das artes plásticas do século 19 e objeto de estudo de uma das protagonistas. Com o avançar do enredo, fica claro que a figura emblemática do pintor vai se impondo nas linhas e entrelinhas da história de maneira cada vez mais intensa, pulsante e, por fim, assustadora. Os protagonistas Ana, Pedro, Helena e Theo estão imersos na densa mistura de amor, ciúme, traição, insegurança e obsessão, resultando em uma trama que mescla pinceladas vigorosas de beleza e drama. Em meio a elas, as telas de Almeida Júnior são como bússolas a nortear cenas, intenções e ações dos personagens. Um diálogo potente entre literatura e pintura, moldado por prosa poética e força imagética capazes de conduzir os leitores a uma viagem que atravessa os séculos - tal qual a força dos grandes amores. Nas palavras do jornalista Daniel Zanella, que assina a orelha do livro: Goimar, que publicou Veias em versos pela Editora Penalux (2016), apresenta novamente sua pena segura, de quem sabe a literatura como um pôr do sol, luminar, envolvente, finito, entregando um livro de leitura de uma sentada, de pegar e ir até o fim, viagem rápida e intensa, sem desfazer- se de uma delicadeza de quem sabe trazer o belo à vida.