Perímetro humano, de Victor Loureiro, reúne poemas de faturas diversas, que estão subdivididos em três seções. Na primeira, sobressalta sua lírica mais plástica e sonora, com o registro do dia que se ergue em bandeja granítica rede de rios sons, assobios. Cores, formas, sons da natureza então se revelam de modo ao mesmo tempo encantado e realista, com topônimos e espécies que inundam os versos: Tapes, Herval, sanhaço, tiêsangue, araponga mãe, jacarandá, jambolão e caviúna, entre outros de rara beleza. Nessa primeira seção, o poeta estabelece um diálogo franco com a poética de Gonçalves Dias, atualizando sua sofisticação visual e melódica por meio de um verso livre de notável flexibilidade.