A presente obra busca estruturar alguns componentes burocráticos, as suas categorizações e mecanismos de efetivação, sempre associados e vinculados com a visão do escritor Graciliano Ramos. E mostra, que Graciliano faz uso dos seus subterfúgios artísticos, de suas técnicas e vasto repertório criativo, enveredado em sua própria burocracia como trabalhador, escritor e indivíduo. Uma vez que todo o indivíduo no presente contexto histórico se encontra assim: sob o cárcere burocrático. Burocracia e antiburocracia enxerga o escritor Graciliano Ramos disposto a combater a sujeição humana, apontando por meio estético as mazelas de uma estruturação vil e segregatória. Ou como é defendido na presente análise, o autor de Vidas Secas fez a sua burocracia pela antiburocracia, procurou dar vóz aos sem vez e convidou o leitor, valendo-se da sua maestria, para a compreensão do mundo, para o autoquestionamento, para a erupção como sujeito, para a autodeterminação que são elementos de combate ao ditame burocrático.