As crises do petróleo, nos anos 1970, iniciaram uma nova era na relação dos seres humanos com as questões energéticas. Até a atualidade falar de questões petrolíferas remete a um intrincado tabuleiro que envolve grandes potências, corporações estatais e privadas e organizações internacionais. Mais que isso, levanta uma grande apreensão acerca do caráter conflitivo que o tema suscita. Guerras por petróleo foram e são explicações constantemente invocadas para entender e explicar os complexos e difíceis cenários com os quais nos defrontamos no dia a dia. Essa obra possui uma característica peculiar; procura entender como o Brasil, em meio à ditadura civil militar, se portou em relação ao desafio abruto das crises do petróleo dos anos 70 no que se refere ao cenário externo, ou seja, como a diplomacia brasileira agiu de forma extremamente pragmática para resolver os problemas advindos do absurdo encarecimento do preço do petróleo. Essa obra realiza uma contribuição ao estudo da Política Externa Brasileira e está destinada principalmente aos acadêmicos e profissionais de História, Relações Internacionais e Ciência Política, mas tem também outra função bastante didática que é através de uma narrativa simples e clara, apresentar ao público de maneira geral alguns dos aspectos da indústria mundial do petróleo e suas controversas e complexas interpretações. As conclusões são sinteticamente colocadas e revelam que a solução do dilema petrolífero brasileiro passou por uma atuação externa controversa e difícil. Os tempos de hoje, em que a Petrobras está sob constante ataque convidam a um olhar mais amplo que se volte às origens do dilema energético do passado. É sobre esse momento que essa obra busca lançar algumas luzes e levantar questionamentos.