Publicadas originalmente em revistas de pulp fiction, no final dos anos 1950, nos Estados Unidos, As crônicas marcianas foram reunidas num livro por seu autor, no início dos anos 1960, e interligadas por pequenas costuras narrativas. As crônicas acabaram formando emocionante panorama imaginário da chegada do homem a Marte e da colonização do planeta pela espécie humana. Livro que pode ser visto como um romance fragmentado ou uma seqüência conceitual de contos. Ambientada num período que vai de 1999 a 2026, As crônicas marcianas retratam uma epopéia espacial que vai muito além da ficção científica. Em suas 26 narrativas, o autor se depara com o cotidiano de um planeta estranho - mas não mais estranho que o nosso -, com a adaptação do homem em Marte e com o choque cultural entre terráqueos e marcianos. Não há pistolas laser, discos voadores e homens verdes com anteninhas na cabeça. O olhar original de Bradbury focaliza donas-de-casa marcianas que bebem "fogo elétrico", colonizadores terráqueos que recebem comida congelada de "icebergs voadores" e um jardineiro que planta árvores em Marte, para inundar de oxigênio a atmosfera rarefeita.