Em A Obra de Arte do Futuro, música e poesia são antes de mais - e lado a lado com a dança - expressão do corpo, de um corpo total, não especializado, não desarticulado. Com esta concepção do corpo radicalmente determinada pela idéia de performatividade, Wagner procede a uma sensível deslocação da tradicional correlação entre os sentidos e as artes, e, consequentemente, do desenho e da compreensão do sistema das artes. Richard Wagner deseja criar um modelo ideal das artes, que é ao mesmo tempo um modelo ideal de compreensão do homem, uma unidade em que o indivíduo e a sociedade se encontram na força do impulso artístico, da pulsão a um tempo destrutiva e criativa.O futuro será então a supressão da individualidade, e, juntamente com esta, a supressão do tempo, a "reabsorção" do tempo na obra de arte.