Determinado que está que o período de adolescência se reveste de extrema vulnerabilidade para o sujeito, as falhas ou deficiências ocorridas no decurso do processo de socialização têm maior probabilidade de emergirem nesta fase crítica da vida e mais condições de nela se desenvolverem. Assim, a atracção para qualquer tipo de desvio comportamental é melhor ou pior ultrapassada em função do maior ou menor sucesso das acções dos agentes de socialização que de perto tocaram o indivíduo. Todo e qualquer sujeito é, ao longo da vida, uma síntese do que tem de específico em si e dos elementos socioculturais que interiorizou do meio social. Por isso, a apreensão e a integração destes elementos na sua personalidade, sob a influência da acção dos agentes de socialização, conduzirão à adaptação do indivíduo ao seu meio social. Como a dimensão individual é, em certa medida, a reprodução do social, o projecto de vida de cada sujeito não deixa de reflectir as características sociais que em cada momento marcam o pulsar da sua vida. É neste sentido que o problema da toxicodependência, e por consequência o desmorona-mento do projecto de vida dos jovens aqui estudados, pode ser visto como uma falha educacional total ou parcial.