Quando se Cobrem de Verde as Baraúnas é um romance que foge a todos os cânones da técnica novelística. É uma explosão. As cenas se sucedem numa celebridade alucinante. Não há uma linha condutora, apenas caminhos convergentes, "flashs" rápidos, cenas que surgem e desaparecem como se vários episódios fossem evocados por uma câmara que filma de um carro em alta celocidade; personagens que se firmam, autênticas em seus perfis psicológicos, mas logo desaparecem como tragadas por um gás invisível; paisagens, homens, é tudo mostrado ao mesmo tempo. Lembra a síntese de horror e destruição da "Guernica" de Picasso, tendo como horizonte a terra de Caruaru, a morte, o cólera. A aceleração dinâmica dos acontecimentos semelha, também, os murais mexicanos de Siqueiros, com cenas superpostas, onde presente e passado se confundem. Waldenio não escreve com o cérebro, como um frio e imparcial observador; escreve com todo o corpo, toda a alma, com o sangue, com o coração, com a vida.