Este livro traz uma grande riqueza de contribuições sobretudo porque reflete uma discussão coletiva. Abrange aspectos conceituais tais como importância da pesquisa sociológica para a saúde coletiva e a contribuição da antropologia para pensarmos as questões fundantes das relações intersubjetivas. Mas também apresenta discussão sobre indagações práticas como é o caso da proteção da privacidade do individuo versus o interesse coletivo na pesquisa qualitativa; das situações em que o profissional de saúde é responsável pela assistência é também pesquisador, e do papel do comitê de ética em pesquisa na universidade e no serviço de saúde. Como chamam atenção os organizadores, cada um de seus capítulos expressa a opinião pessoal dos autores, numa demonstração cabal de que não existe ainda uma opinião formada sobre como proceder em muitos casos e em muitas situações. Essa relativa imprecisão ou confissão honesta de dúvidas ou de pluralidade de visões mais que de certezas sempre nos remeterá, obrigatoriamente ao sentido ético e filosófico mais profundo das relações intersubjetivas entre todos os seres humanos.