A leitura de Educação, Educação Especial, Inclusão e Arte: para além do chão e dos muros da escola comum provoca desassossegos, inquietudes e questionamentos. O livro, resultado da tese de doutorado, [...] do Caos ao Thémata: por epistemologias e práticas na diversidade, defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), nos coloca em suspensão. Essa se dá, especialmente, porque o texto difere do que se espera dele, ou daquele produzido na academia. A recusa ao modelo se dá nas escolhas que a autora/pesquisadora faz como se colocar durante toda a escrita, não como uma outra, diferente, segura, impassível, mas como um sujeito que discursivamente parece se aproximar de si naquele momento/pesquisa. Uma performance discursiva que implica o autor e o leitor, sujeitos em construção permanente: inquietos, instáveis e inventivos. A Arte, assumida como proposição conectora ao entrelaçar educação, cultura e saúde, numa perspectiva que intenta a proposição de políticas públicas e práticas inclusivas tecidas em rede, também é a linguagem que em vários momentos aproximará o texto dos discursos poéticos. A poeticidade, presente e assumida, nos coloca diante do inesperado, nos surpreende, ao construir um modo de ser da palavra na desarrumação dela, no fraturar da ordem esperada. Isso, para além do chão e dos muros da escola comum, nos aproxima e nos conecta com a vida, humanizando-a e nos envolvendo nela e com ela.