Diversos saberes e práticas culturais são manifestados e próprios do Vale do Jequitinhonha. A expressão destas práticas e saberes deriva da experiência de homens e mulheres no espaço e no tempo que, por sua vez, faz o sobreviver destas pessoas no lugar, demandando ainda ritmos e complexas interações entre elas e as comunidades e as sociedades que as englobam. Esse sobreviver liga-se à organização do espaço geográfico do Vale do Jequitinhonha, o qual é composto por cenários físicos que se alternam em tempos de seca e tempos de água. São esses os tempos do viver no Vale do Jequitinhonha e são essas características que têm organizado esse território há quase um século. Nesse território a população retratada vive nos vales e grotas da área rural do município de Chapada do Norte. Assim, a comunidade quilombola de Moça Santa e o seu espaço geográfico foram expressos por seus moradores e por nós, pesquisadores, a partir da nossa vivência e pesquisa ao longo de anos em trabalhos que envolveram pesquisa e extensão. Na extensão, contexto das oficinas que culminaram neste livro, objetivamos criar e utilizar metodologias compatíveis com a realidade destas pessoas a fim de captar e sistematizar o próprio espaço rico e diverso, concreto e abstrato.