Um dos aspectos mais característicos (e contestados) deste trabalho foi seu compromisso com uma perspectiva universalista sobre racionalidade e ética. Isto aparece na noção de pragmática universal de Habermas, que assevera fazerem nascer, os autores competentes, certas afirmações de validade universal, invariável e em sua crença que na argumentação sobre afirmações específicas também imputamos uma situação de discurso ideal, o que nos mune de uma base racional para testar a verdade ou legitimidade dessas assertivas. A contestabilidade de tais asserções, feitas no início da década de 70, tornou-se ainda mais aparente no final dessa mesma década quando o clima filosófico geral começou a mudar de maneira marcante. A tradição universalista, racionalista do Iluminismo passou a ser alvo de um crescente fogo cerrado proveniente de vários pontos. Posições contextualistas e relativistas foram articuladas por filósofos analíticos, teóricos da moral e da política, antropólogos sociais, feministas e pós-estruturalistas.