A língua é a morada do ser, diz Albert Tévoédjré, no livro "A Pobreza, Riqueza dos Povos" (1979). E para que não entreguemos a chave do tesouro do nosso espírito a outros e abandonemos nossa morada, é importante que o processo de criação na linguagem esteja em permanente evolução junto com a sociedade, nomeando e descrevendo as mudanças que ocorrem em todos os âmbitos e que se adapte a um mundo que inova os hábitos e costumes, numa velocidade avassaladora. A língua muda em todos os seus componentes: léxico, semântico, sintático, morfológico e fonológico. Mas é na nomeação, no componente semântico-lexical, que reside a maior incidência desta inovação, pois é ele que liga o dado linguístico à realidade extralinguística. Poucos falantes se dão conta da evolução da língua nos demais componentes, mas as inovações lexicais são facilmente percebidas. A mudança faz parte do que o linguista francês Louis Guilbert chama de criatividade lexical, isto é, a propriedade das línguas de [...]