É uma história de amor marcada por peculiaridades. Colocado no patíbulo de um amor proibido, o personagem principal é torturado por uma batalha interior que não lhe dá tréguas, desde a adolescência. Narrada em linguagem predominantemente lírica e andando na trilha da nostalgia, a história desnuda o homem, revelando o conflito que se desenrola entre os instintos do animal humano e as regras do grupo social dentro do qual ele quer se realizar. Entenda-se por realização no grupo social a profissão, o meio de vida, a missão de liderança, a projeção do indivíduo como parte desse grupo. O livro leva o leitor para dentro de um seminário, mostrando-lhe o dia a dia da formação de futuros sacerdotes. Sub-repticiamente, com uma palavra aqui, uma frase acolá ou, de passagem, com uma alusão ligeiramente maliciosa, exibe o grupo social como um todo, com suas regras e hierarquias, infectado por fraquezas humanas: simpatias e antipatias, intrigas e vaidades, preconceitos, ilusões, narcisismo e demonstração de poder. Enfim, através de uma dolorosa história de amor, o autor deixa coar um recado matreiro: para se considerar divina, nenhuma instituição pode ser integrada por seres humanos.