O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) foi criado em 1937 por intelectuais modernistas como Rodrigo Melo Franco de Andrade, Mário de Andrade e Lúcio Costa e, em seus primeiros anos, se alinhou ao projeto nacional do Estado Novo dirigido por Getúlio Vargas ao difundir uma visão sobre o Brasil que associava tradição e modernidade e proteger o patrimônio ligado ao período colonial, à herança portuguesa e ao barroco mineiro. Neste livro, fruto de dissertação de mestrado defendida no PPGHIS-UFMG, o historiador Raul Amaro de Oliveira Lanari analisa a política editorial do SPHAN nos anos do Estado Novo, identifica o seu papel na construção de um imaginário nacional e as tensões envolvendo diferentes visões sobre o patrimônio defendidas por intelectuais que formavam este campo de atuação no período. Com base em correspondências, relatórios, recortes de jornais, das revistas e monografias produzidas pelo SPHAN, esta obra apresenta de forma crítica o rico debate sobre a cultura brasileira, sua história e seu patrimônio durante o Estado Novo, ultrapassando o discurso que se estabeleceu e identificando outros patrimônios possíveis no debate e na ação da instituição.