O cheiro de musgo das pedras no litoral agora faz um homem, de cabelo ressecado pelo sol e barba com cheiro de fumaça, desopilar de um passado à margem das possibilidades de controle da própria vida. Histórias como essa formam o livro Manual de aterrissagem em pistas clandestinas, onde aqueles que um dia tiveram sua tranquilidade extinta pela ansiedade e a volúpia dos dias agora parecem desfrutar de uma certa paz. Mas os tempos da desordem ainda são reminiscências. Mesmo em meio a uma vida de jantares com leite de onça, sentindo o sal do mar grudando na pele, as sensações e histórias das vidas que levavam ainda fazem partes da psique dos homens que já atravessaram o Rio Paraguai a nado ou usavam uma câmera para ganhar dinheiro de onanistas do Missouri e Wyoming. O tempo passa de forma descontínua, assim como os personagens que apenas têm vida própria através de pequenos versos que servem como elo para suas existências fazerem sentido, quase como easter eggs onde o leitor (...)