Relatar a história de vida de pessoas simples, que não ocuparam cargos importantes, que não realizaram grandes feitos ou mesmo, que não se casaram com pessoas de relevo para a sociedade sempre foi um desafio para historiadores, afinal, a documentação deixada por elas é escassa. Graças à licença poética da literatura, foi possível que a autora criasse a personagem Ana: uma mulher comum que viveu na ocasião da independência do Brasil (1822) no então arraial de Bonfim/ MG e, posteriormente, no Rio de Janeiro. A construção dos personagens teve como base a natureza humana, o que é sabido sobre a vida das mulheres e homens daquela época e, claro, foram contextualizados em seu tempo. Através de uma narrativa em primeira pessoa, ágil e, muitas vezes, angustiante, o leitor acaba por experiência as emoções de Ana, mulher branca que sonhava em conhecer o amor e que vivia um casamento arranjado com um homem que lhe causava repulsas.