Viena, março de 1945, últimos meses da Segunda Guerra Mun­dial. Três mulheres, três homens e uma menininha se veem pre­sos em um abrigo subterrâneo. Lá fora, um bombardeio destrói tudo ao redor e os deixa isolados pelos escombros. O grupo não poderia ser mais heterogêneo: uma grávida e sua filha pequena, uma senhora idosa muito religiosa, uma jovem artista, um padre alcoólatra que perdeu a fé em Deus, um jovem soldado e um químico. O que os une é o sonho de liberdade. Mas como chegar a um consenso sobre o que fazer para sair dessa situação, uma vez que cada um deles tem uma opinião diversa sobre que atitude tomar? Esperar, mesmo tendo uma grávida no grupo? Explodir a parede, mesmo com o risco de morrerem na explosão? Cavar incansavelmente? O que seria menos arriscado? Nesse confina­mento forçado, os sentimentos são levados ao limite. Em Amanhã é outro dia (1948), o escritor austríaco J.M. Simmel (1924-2009) criou um microcosmo da sociedade exau­rida pelo combate. Amor e ódio, bondade e violência, confiança e medo, simplicidade e fanatismo: esses e outros sentimentos se digladiam nos preciosos minutos em que o grupo luta para sobreviver sentimentos de um continente extenuado pela insa­nidade da guerra.